Por que fazer um PGRSCC?
Muitos engenheiros se perguntam quais são as razões para fazer um plano de gerenciamento de resíduos em uma obra. O fato é que existem diversos motivos, vários deles ultrapassam a barreira legal, o risco de multas e envolvem a preservação do meio ambiente e o legado que pretendemos deixar para as próximas gerações.
A construção civil é uma atividade extremamente impactante, por isso, é fundamental que as empresas pensem em sustentabilidade e fomentem ações que visem reduzir o impacto ambiental de suas atividades. Ser sustentável é uma maneira de cuidar do futuro do planeta, cumprir a lei e economizar recursos.
1. Respeito ao meio ambiente
Os resíduos da construção civil, quando descartados incorretamente, causam grandes problemas ao meio ambiente. Isso acontece com a poluição de rios e córregos nas cidades, contribuindo para enchentes que afetam boa parte da população.
Gerenciar os resíduos da construção civil é uma forma de manter o desenvolvimento do país e ao mesmo tempo sem ser prejudicial a sustentabilidade.
2. Maior responsabilidade social
O entulho de uma obra particular pode afetar a vida de quem não tem relação alguma com a construção. O resíduos mal armazenados podem acumular água e se tornarem foco de insetos causadores de doenças como febre amarela, dengue, entre outras.
Além disso, quando uma construtora faz o descarte de forma inadequada, existe a necessidade de que o poder público faça a limpeza do local para preservar a saúde da população. Com isso, o governo deixa de aplicar os recursos públicos em outras áreas mais urgentes.
Esse descarte incorreto, além da possibilidade de causar danos físicos aos cidadãos comuns, polui o visual das cidades. Isso acontece porque os resíduos são depositados em áreas clandestinas, geralmente próximo às rodovias.
3. Mais segurança aos trabalhadores
O PGRSCC garante mais segurança aos trabalhadores da obra. Quando o descarte correto deixa de ser uma preocupação, os trabalhadores ficam expostos de diversas maneiras no canteiro de obras, como:
– Agentes físicos
Com o descarte incorreto existe o risco de exposição ao ruído, infrassom, ultrassom, temperaturas extremas, vibrações, pressões anormais e radiações. Essa exposição pode causar cansaço, irritação e até mesmo queimaduras ou doenças mais agressivas a longo prazo.
– Agentes químicos e biológicos
Os resíduos podem ser agressivos através de agentes químicos, como poeira, fumos, neblinas e névoas, gases ou vapores. Além disso, fungos, bactérias, parasitas e protozoários podem afetar os trabalhadores. Esses dois agentes causam sérias doenças como infecções, irritações e contaminações.
– Riscos de acidentes
Quando os resíduos estão dispostos de maneira inadequada, cresce o risco de acidentes de trabalho. Isso acontece porque os trabalhadores precisam fazer um esforço maior para contornar entulhos, o que pode gerar imprevistos e risco à saúde.
4. Grande economia
Segundo informações da Abrecon, cerca de 70% do lixo sólido oriundos da construção civil poderiam ser reciclados. Ou seja, cerca R$8 bilhões por ano são desperdiçados pela falta de reciclagem. Esses números indicam que as construtoras estão desperdiçando recursos financeiros com o lixo, quando poderiam reaproveitar materiais e gerar mais rentabilidade. Estabelecer um plano de gerenciamento de resíduos também pode ser uma saída para economizar e poupar o meio ambiente.
Além dos resíduos da construção, a utilização inteligente de água e energia elétrica contribuem com uma grande economia no valor final da obra. Existem muitas formas de reaproveitar a água no canteiro, muitas vezes em ações simples do dia a dia.